Família é presa por fabricar e vender armas clandestinas no ES; grupo faturou pelo menos meio milhão em um ano
26/04/2024
(Foto: Reprodução) Seis pessoas foram presas. Grupo cobrava de R$ 2 mil a R$ 2,5 mil em cada produção e distribuía para toda a Grande Vitória. Seis pessoas da mesma família foram presas por fabricar e distribuir armas clandestinas no Espírito Santo.
Divulgação/Polícia Civil ES
Uma família inteira foi presa suspeita de fabricar, negociar e distribuir armas caseiras em Vitória e municípios da Região Metropolitana. Pai, mãe, filhos, irmãos e cunhados mantinham uma fábrica de armas clandestinas em um sítio, no interior de Cariacica. Seis pessoas foram presas. As informações foram divulgadas pela Polícia Civil nesta sexta-feira (26).
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Segundo as investigações, cada membro do grupo tinha uma função estabelecida, que ia desde a produção do armamento até a entrega. Os integrantes do esquema vendiam do varejo ao atacado, para quem encomendasse, e cobravam de R$ 2 mil a R$ 2,5 mil por "peça".
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No ano passado, entre maio e dezembro, eles venderam pelo menos 200 unidades, ou seja, um faturamento de pelo menos meio milhão de reais.
Polícia descobre fábrica de armas clandestinas em Cariacica, Espírito Santo.
Divulgação/Polícia Civil ES
A Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme) descobriu o esquema durante a Operação Legado Armeria, que começou em 2023, e as investigações foram finalizadas nesta semana.
Em dezembro, na primeira fase da operação, a fábrica onde as armas eram produzidas foi descoberta, em um sítio em Cariacica, na Grande Vitória. Foram apreendidos diversos materiais, como pistola e carabina.
Na ocasião, Wilrison Manske foi preso em flagrante. Ele é apontado como um dos fabricantes das armas. As investigações continuaram e outros integrantes do grupo foram identificados. A surpresa para a polícia veio com a descoberta de que todos faziam parte da mesma família.
Polícia descobre fábrica de armas clandestinas em um sítio, no interior de Cariacica, Espírito Santo.
Divulgação/Polícia Civil ES
As prisões dos outros cinco membros do grupo aconteceram no dia 23 de abril, em casa e em seus locais de trabalho, nos municípios de Serra e Cariacica.
Segundo a polícia, para disfarçar a entrega das armas, em algumas situações toda a família ia ao destino da venda em um mesmo carro, como se tivessem fazendo um passeio.
O delegado Daniel Belchior falou sobre a atuação da família.
“Duas pessoas eram responsáveis pela fabricação das armas e as demais pela logística de distribuição, pelo sistema de pagamento e pelas tratativas de negociação com aqueles que se apresentavam como interessados nas armas de fogo que eram produzidas”, disse.
Aprendeu a fazer armas na internet
Polícia descobre fábrica de armas clandestinas em Cariacica, Espírito Santo.
Divulgação/Polícia Civil ES
Quando Wilrison Manske foi preso, ele contou à polícia que aprendeu a fabricar as armas pela internet. Essa informação desencadeou outra investigação. Na semana passada, sites que ensinavam a fabricar e que também comercializavam armas foram retirados do ar. Ninguém foi preso até o momento.
Suspeitos trabalhavam
Alguns membros do grupo tinham trabalhos formais e isso foi considerado durante as investigações como uma alternativa para despistar a polícia.
“Eles conciliavam a atividade formal com a vida criminosa. Uma das mulheres trabalhava como professora, um homem atuava como auxiliar de serviços gerais, e outro em uma loja que vendia ferros”, disse o delegado.
Belchior falou ainda sobre o desafio em investigações sobre desse tipo.
“Investigações de fabricação de armas caseiras envolve não só a dificuldade de rastrear as armas como também as pessoas que fabricam, porque elas não possuem perfil de envolvimento com esse tipo de situação, às vezes não têm passagem criminal, mas em função de um atrativo financeiro acabam se dedicando à atividade criminosa", concluiu.
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Entenda qual é a participação de cada um da família no esquema
De acordo com a Polícia Civil, o esquema funcionava da seguinte forma:
Edilson Manske é um dos seis membros da mesma família, presa por fabricar, negociar e distribuir armas clandestinas no Espírito Santo.
Divulgação/Polícia Civil ES
1. Edilson Manske
É o pai da família. Apontado pela polícia como responsável por fabricar as armas.
Wilrison Manske é um dos seis membros da mesma família, presa por fabricar, negociar e distribuir armas clandestinas no Espírito Santo.
Divulgação/Polícia Civil ES
2. Wilrison Manske
Filho de Edilson e apontado como um dos que fabricava as armas caseiras. Foi preso na primeira fase da operação, em dezembro do ano passado.
Tiago Manske é um dos seis membros da mesma família, presa por fabricar, negociar e distribuir armas clandestinas no Espírito Santo.
Divulgação/Polícia Civil ES
3. Tiago Manske
Filho de Edilson. Atuava como entregador das armas. Normalmente esse "delivery" era feito de carro.
Ariane Vingler Gonçalves é um dos seis membros da mesma família, presa por fabricar, negociar e distribuir armas clandestinas no Espírito Santo.
Divulgação/ Polícia Civil ES
4. Ariane Vingler Gonçalves
Esposa de Wilrison. Segundo a polícia, ela era a responsável por gerenciar os pagamentos, além de ajudar nas entregas.
Bruno Vingler de Sena é um dos seis membros da mesma família, presa por fabricar, negociar e distribuir armas clandestinas no Espírito Santo.
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5. Bruno Vingler de Sena, conhecido como 'Jhon Caseiras'
Irmão de Ariane. Ele era o que fazia as negociações das vendas com os clientes na Grande Vitória.
Hellen Luise Santos Silvaé um dos seis membros da mesma família, presa por fabricar, negociar e distribuir armas clandestinas no Espírito Santo.
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6. Hellen Luise Santos Silva
Esposa de Bruno. Atuava na parte das entregas das armas.
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