VÍDEO: 'Queria colocar a mão no meu marido, mas ele apontou a arma e não deixou', relembra esposa de músico morto por PM há um ano no ES

  • 17/04/2024
(Foto: Reprodução)
Guilherme Rocha, de 37 anos, levou um tiro quando reclamou do barulho que era feito por PM ao lado do apartamento. Família aguarda por justiça e espera pelo julgamento que ainda não tem data para ocorrer. 'Queria colocar a mão no meu marido, mas ele apontou a arma e não deixou', relembra Um ano após a morte de Guilherme Rocha, a esposa Janaina Morais ainda não consegue ver as imagens das câmeras que flagraram o crime, na madrugada do dia 17 de abril de 2023, em um condomínio em Vitória. “Já basta o que eu fico revivendo daquela noite, é muito sofrimento. Não consigo acreditar que o ser humano faz isso, tirar a vida de uma pessoa do bem”, desabafou a esposa. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram Janaina, que trabalha como administradora, se refere ao soldado da Polícia Militar do Espírito Santo, Lucas Torrezani, de 28 anos, responsável pelo tiro que acertou o ombro e atravessou o peito do músico Guilherme, dentro de um condomínio no bairro Jardim Camburi. Durante esse período, a família de Gulherme aguarda por justiça e espera pelo julgamento que ainda não tem data para ocorrer. O policial Lucas Torrezani morava em um bloco diferente do casal, mas gostava de beber e ouvir música alta com os amigos, ao lado do apartamento da vítima. O crime aconteceu por volta das 3h, após Guilherme reclamar três vezes do barulho que era feito. Guilherme Rocha foi morto pelo vizinho PM com um tiro em Vitória. Reprodução/Redes sociais Sonhos interrompidos pela violência Janaina lembra que ao longo dos quatro anos de relacionamento, menos de quatro meses foram vividos no apartamento. No local, dia a dia, os dois faziam os planos de oficializar o casamento. “A gente lutou muito, comprou o apartamento, estava terminando a reforma. Estava tudo lindinho, do jeitinho que a gente queria, que o Guilherme queria. A nossa casa era uma realização. [...] Mudamos em janeiro e em abril aconteceu o que aconteceu. A gente ia casar em julho, tínhamos planos”, contou Janaina. 📲 Clique aqui para seguir o canal do g1 ES no WhatsApp Atualmente, por meio das fotos, perfumes, instrumentos musicais, das alianças do casal e tantas outras recordações guardadas que a Janaina recorda do marido. “Eu lembro dele o tempo todo. Eu olho as coisas dele, converso com ele. A gente tenta amenizar um pouco a mente, para parar de pensar no que houve, mas sempre tem alguma coisa para resolver. Além disso, é um ano esperando por justiça e tudo permanece da mesma forma”. Janaina Morais e Guilherme Rocha tiveram um relacionamento por quatro anos. Espírito Santo Arquivo pessoal Da mesma forma, um ano depois do crime, essa é a rotina do médico legista aposentado, Glicio da Cruz do Soares, pai do Guilherme. Na casa da família, o quarto do filho continua intacto. “Meu filho era uma pessoa realmente tranquila, brincalhão, gozador, contador de casos, excelente cozinheiro, era a alegria da casa. A gente não fica chorando, mas a saudade bate e eu fico muito chateado. O Guilherme era uma pessoa excelente, e nada vai trazer ele de volta”, lamentou o pai. Após o tiro Na madrugada do crime, após a vítima pedir por três vezes para que Lucas Torrezani, Jordan Ribeiro de Oliveira e um terceiro amigo que estava no local diminuíssem o barulho, uma discussão aconteceu. Durante a briga, Jordan deu um empurrão em Guilherme que o fez perder o equilíbrio, sem chance de se defender. Na sequência, o disparo foi feito por Lucas, e não esboçou nenhuma reação, continuou segurando a arma, deu um gole na bebida e apenas assistiu à agonia de Guilherme no chão. Janela da cozinha onde Guilherme Rocha morava era ao lado do local onde Lucas Torrezani estava com os amigos na madrugada do crime. Espírito Santo TV Gazeta Janaína contou que estava na janela da cozinha e ouviu toda a discussão. “Eu gritava e implorava pra ele não fazer nada, quando vi que o Lucas estava armado. O Guilherme tava de bermuda, sem camisa, colocou as mãos para trás”, lembrou. PM impediu esposa de se aproximar da vítima O inquérito apresentado pela Polícia Civil aponta que, após o tiro, Lucas impediu que a esposa da vítima saísse para prestar socorro. Um vídeo mostra o momento. “Quando eu saí de casa e vi o Guilherme eu queria socorrer ele, encostar virar o rosto dele, pra ajudar que ele respirasse… Eu lembro que eu gritei muito, empurrei a porta, mas o Lucas deu um chute e fechou a porta. A minha filha também veio e foi ela quem me puxou pra dentro de casa. No meu desespero, foi ela quem conseguiu me levar para dentro de casa. Quem diria que uma menina de 12 anos ia ter esse discernimento. O meu medo era o quê? Dele entrar e matar nós duas. Ele já tinha feito né”, falou Janaína. A síndica do condomínio Mônica Bicalho também chegou à cena do crime logo após ouvir o disparo de casa. Ela e os outros moradores também não conseguiram se aproximar de Guilherme. Foi a síndica quem acionou a polícia e o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu). “O Lucas ficou armado o tempo todo. Ele dizia que era pra eu sair dali, que quem ia resolver aquela situação era ele. Fiquei com medo? Claro! Ele poderia fazer o mesmo comigo”, disse Mônica. Problemas no condomínio e câmeras Câmera interna de condomínio flagrou o momento em que Guilherme Rocha foi morto em Vitória. TV Gazeta A síndica do condomínio lembrou ainda que já tinha conversado com Lucas sobre o comportamento dele no prédio e o hábito de beber na área comum do condomínio. “Ele achava que mandava, ele ficava no hall de convivência de um bloco que nem era onde morava com a família, achava que era onde tinha um ponto cego, mais privacidade. Eu cheguei a conversar com ele dias antes do crime, mas ele disse que ele mandava ali”, contou Mônica. Antes de ser preso, ainda no dia do crime, o soldado da PM criou um grupo em um rede social para combinar versões do crime com amigos. E zombou da morte de Guilherme, escrevendo “Não queria silêncio? Eu dei a ele o silêncio eterno". Uma semana após o crime, a síndica instalou mais uma câmera externa na entrada de cada um dos blocos do condomínio. Mônica Bicalho é síndica do condomínio onde Guilherme Rocha morreu em Vitória. Espírito Santo TV Gazeta “Eu dou graças a Deus que tinha pelo menos uma câmera interna ali, se não ia ser como? Como essa história ia ficar? A gente não ia saber o que aconteceu, ia valer o que fosse contado”, falou. O soldado foi notificado pelo condomínio algumas vezes. Contra ele havia seis reclamações por barulho feitas nos primeiros meses de 2023, sendo cinco reclamações feitas por Guilherme. Policial segue recebendo salário enquanto aguarda julgamento O soldado Lucas Torrezani está preso no Quartel de Maruípe, em Vitória. Espírito Santo A Gazeta Desde o dia do crime, Lucas Torrezani está preso no Quartel da Polícia Militar, em Maruípe, Vitória. Ele responde a dois processos, um na primeira vara criminal de Vitória, pelo assassinato de Guilherme Rocha, e também um processo administrativo disciplinar na Polícia Militar. O soldado segue recebendo salário integral enquanto aguarda decisão sobre o seu processo demissionário, que, de acordo com o Portal da Transparência, é de R$ 6.481,29. Cinco licenças médicas mesmo preso Ainda de acordo com o portal, constam cinco licenças médicas consecutivas desde o dia 26 de maio de 2023 até agora, período em que Lucas já estava preso. O soldado entrou para a Polícia Militar em 2020. Tanto a esposa Janaina como a síndica Mônica dizem só terem sido chamadas para depor no processo administrativo há poucos dias, no dia 5 de abril. A família questiona a morosidade do processo militar. Glicio da Cruz do Soares, pai de Guilherme Rocha, fala sobre a morte do filho. TV Gazeta “Para quê mais testemunhas? Ele é réu confesso. Foi preso em flagrante. A melhor testemunha é a imagem. [...] Eu não estou preocupado se o assassino vai ficar preso ou não, eu tô preocupado que o caso se encerre, que tenha um ponto final”, desabafou o pai Glício Soares. Jordan Ribeiro de Oliveira, amigo do PM, também responde por homicídio, mas em liberdade. De acordo com a Polícia Civil, o terceiro rapaz que era participante do grupo não participou da briga e, com isso, vai responder apenas como testemunha do crime. Mãe e filha vivem o luto e o trauma Guilherme Rocha e Janaina Moraes ficaram juntos por quatro anos. Espírito Santo Arquivo pessoal Atualmente, Janaina mora com a mãe, a filha agora com 13 anos e a cachorrinha Nala, que era do marido. Ela e a filha fazem tratamento psiquiátrico e uso de remédios. “A minha filha está traumatizada. Semana passada, por exemplo, teve um evento na escola com uma palestra da Polícia Civil - não era nem PM - e ela teve uma crise, precisou ser retirada de sala, começou a chorar muito, lembrou do ocorrido. Além de não poder ver a polícia, ela não fica sozinha mais, quando eu saio ela pergunta se eu vou voltar”. LEIA TAMBÉM: Músico morto por PM em condomínio de Vitória: Polícia Civil vai fazer reconstituição do crime Justiça torna réu PM que matou músico em Vitória Novos vídeos mostram que músico reclamou de barulho 2 vezes antes de ser morto por PM em Vitória A volta para a casa da mãe foi um consenso entre a família e foi logo depois do ocorrido. “A intenção era eu ficar até tudo se acalmar, mas hoje eu não tenho pra onde ir”. Depois que Janaína saiu do apartamento em Jardim Camburi, a administradora só voltou para a reconstituição do crime. Quem voltou e tirou os objetos pessoais foi a família e quem resolveu o aluguel foi o corretor. Quem era Guilherme Rocha Guilherme Rocha foi morto após levar um tiro no dia 17 de abril de 2023, em Vitória. Espírito Santo Arquivo pessoal Guilherme Rocha, de 37 anos, era músico, bacharel em direito, capoeirista e empresário. Nas redes sociais, Guilherme divulgava o seu trabalho como percussionista em bandas e blocos de Vitória. O que diz a defesa dos envolvidos Soldado da PM, Lucas Torrezani, de 28 anos, matou vizinho com tiro em condomínio de Vitória. Reprodução/TV Gazeta O advogado de Lucas Torrezani no processo criminal informou que “a defesa tem percebido a ausência de diversos documentos importantes e que não foram juntados ao longo da investigação policial. Isso tem causado uma morosidade no serviço prestado pelo Poder Judiciário. A defesa busca de forma incessante a liberdade do acusado e tem certeza que a verdade será esclarecida ao longo da marcha processual”. De acordo com a defesa de Jordan Ribeiro de Oliveira, desde o inquérito, o cliente está colaborando o tempo todo e está mostrando que não aderiu à conduta do policial que foi quem atirou contra a vítima. No entendimento da defesa, Jordan deveria ser considerado apenas uma testemunha do caso. Jordan compareceu à delegacia, esclareceu os fatos, participou da reconstituição e nunca ficou demonstrado no inquérito que houve qualquer tipo de premeditação do crime. Segundo o advogado, o entendimento é que o disparo contra Guilherme ocorreu após o empurrão do seu cliente e não em decorrência dele. A expectativa é que venha a impronúncia para Jordan, ou seja, que ele não seja levado a júri. O que dizem as autoridades Polícia Militar A Corregedoria da Polícia Militar informou que Lucas Torrezani permanece preso no Quartel de Maruípe desde o homicídio. Ele responde pelo Processo Demissionário que está em fase final de tramitação. Enquanto aguarda a decisão, o militar segue recebendo seus rendimentos. Portal da Transparência do ES mostra salário do soldado Lucas Torrezani. Reprodução/Portal de Transparência O g1 perguntou como é a rotina de Lucas Torrezani no Quartel, se ele faz atividades, frequência de visitas, uso de celular e acesso à televisão. Sobre os questionamentos, a Polícia Militar se limitou em dizer que “o referido militar segue rotina padrão adotada em presídios, visto que ele está preso. Portanto, não tem acesso a celulares, tem direito a visitas e tudo que a legislação permite a uma pessoa custodiada”. Polícia Civil A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória, concluiu em junho de 2023 o inquérito policial que investigava a morte do músico Guilherme Rocha. O autor dos disparos, um policial militar de 28 anos foi detido em flagrante e virou réu no caso. O amigo do militar também foi indiciado. Os dois envolvidos no crime foram indiciados pelo crime de homicídio duplamente qualificado. Além disso, o homem que atuava como policial militar foi indiciado por abuso de autoridade. O responsável pelos disparos foi preso, já o outro envolvido foi indiciado, mas vai responder em liberdade, como sendo coautor do crime. Ministério Público Fachada do Ministério Público Estadual, na Enseada do Suá, em Vitória Ricardo Medeiros/A Gazeta O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio da Promotoria de Justiça Criminal de Vitória, informou que ofereceu denúncia em face de um policial militar pelo crime de homicídio. A denúncia foi recebida pela Justiça e apenas um réu apresentou defesa escrita até o momento. Dessa forma, em razão da tramitação processual, ainda não há previsão de julgamento do caso. Tribunal de Justiça do Espírito Santo Há uma audiência de instrução e julgamento agendada para o dia 03/05/2024 na 1ª Vara Criminal (Tribunal do Júri) do Juízo de Vitória. Após o término de todas as audiências de instrução do processo, o juiz pode decidir pela pronúncia ou impronúncia do acusado, ou seja, se ele vai ou não a júri popular e por quais crimes. Sobre o pedido de entrevista feito pelo g1, a assessoria do TJES informou que não seria possível agendar pois os juízes são impedidos pela Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Loman) de falar sobre processos em tramitação. Vídeos: tudo sobre o Espírito Santo Veja o plantão de últimas notícias do g1 Espírito Santo

FONTE: https://g1.globo.com/es/espirito-santo/noticia/2024/04/17/video-queria-colocar-a-mao-no-meu-marido-mas-ele-apontou-a-arma-e-nao-deixou-relembra-esposa-de-musico-morto-por-pm-ha-um-ano-no-es.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Peça Sua Música

obrigado por ter passado poraqui Deus abençoa. Feliz Natal e procimo Ano Novo.

Top 10

top1
1. PAZ NO VALE

Cantor Francisco Sousa

top2
2. O Tempo de Deus

Cantora Juciara Santos

top3
3. Oceano de Amor

cantora : Jocelia Santos

top4
4. Musica Solidão

CANTORA : JOCELIA SANTOS

top5
5. apenas um toque

Donizete Fernandes

top6
6. Todos Verão (Vídeo Clipe)

Jaciara Barbosa

top7
7. ELE SABE O MEU NOME

ROSENICE GALDINO

top8
8.

Midian Lima

top9
9. Lugar Secreto

Gabriela Rocha

top10
10. A Vitória Chegou

Aurelina Dourado


Anunciantes